sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A tomada de Ceuta e a 'viagem' até Macau

Há 600 anos, a 22 de Agosto de 1415 dá-se a tomada de Ceuta - hoje um enclave espanhol no Norte de África - pelos portugueses, situação que durou até à Guerra da Restauração.
O "Reino da China" assinalado num Atlas de 1571
 Na Crónica da Tomada de Ceuta, Gomes Eanes de Zurara (1450) escreve "(...) Já passavam de sete horas e meia depois do meio dia, quando a cidade foi de todo livre dos mouros. (...) As outras Companhias [de soldados portugueses], não tinham maior cuidado doutra coisa que de apanharem o esbulho. (...) Muitos que se acercaram primeiramente naquelas lojas dos mercadores que estavam na rua direita, assim como entraram pelas portas sem nenhuma temperança nem resguardo, davam com suas facas nos sacos das especiarias, e esfarrapavam-nos todos, de forma que tudo lançavam pelo chão. E bem era para haver dor do estrago, que ali foi feito naquele dia. Que as especiarias eram muitas de grosso valor. E as ruas não menos jaziam cheias delas (...) as quais depois que foram calcadas pelos pés da multidão das gentes que por cima delas passavam, e de si com o fervor do sol que era grande, davam depois de si muy grande odor. (...)" 
A data assinala o início da expansão marítima e por via disso, o início da 'viagem' até Macau.
Em 1434 dá-se o "reconhecimento" da costa africana e Gil Eanes ultrapassa o Cabo Bojador, na costa do actual Saara Ocidental, que até então era o ponto mais meridional conhecido na costa de África. Em 1446 os portugueses chegam à costa da Guiné, atual Guiné-Bissau, seguindo-se Cabo Verde e S. Tomé (1471). Em 1498 Vasco da Gama aporta em Moçambique a caminho da Índia e é dali que parte Jorge Álvares, o primeiro português a chegar à China por via marítima em 1513, aportando na ilha de Tamão, adjacente à costa sudeste da China, hoje denominada Lin Ten. 
Esta viagem é considerada como o primeiro passo para o estabelecimento dos portugueses em Macau situação que se iniciaria pouco depois e seria 'oficializada' em 1557.

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