segunda-feira, 31 de maio de 2010

Arqueólogos descobrem muralha da cidade e vestígios da dinastia Qing junto às ruínas de São Paulo

Macau, China, 31 mai (Lusa) – Uma equipa de arqueólogos chineses descobriu em Macau, junto às ruínas de São Paulo, uma troço da antiga muralha da cidade, que julgam datar da dinastia Ming (1368-1644), e objetos da dinastia Qing (1644-1912).
As escavações iniciaram-se a 10 de abril nas imediações das ruínas de São Paulo numa área de 735 metros quadrados, onde foram demolidos, em março, dois edifícios da Administração, no âmbito do Plano Geral Urbano para aquela área da cidade, que o Governo pretende transformar numa “zona cultural e arqueológica”.
Em cerca de dois meses de trabalhos, a equipa do Instituto de Arqueologia da Academia Chinesa de Ciências Sociais, convidada pelo Instituto Cultural de Macau, anunciou ter descoberto um troço da antiga muralha da cidade, próximo da Fortaleza do Monte, e relíquias da dinastia Qing, como objetos de cerâmica, ladrilhos, telhas, conchas e balas de canhão em pedra.
O troço da muralha, com 1,5 metros de comprimento, 2,5 metros de altura e uma espessura de 1,27 metros, “trata-se de uma estrutura com um alinhamento de, pelo menos, cinco blocos de pedra e diversas camadas de uma mistura de solo de cor clara, formando um emparelhamento sucessivo, finalizado com tijolos cinzentos chineses”, explicam os especialistas.
“Tendo-se efetuado um estudo comparativo com base em mapas antigos de 1760, 1886 e 1912 verificou-se que esses documentos ilustram precisamente esta antiga muralha da cidade”, salientam os arqueólogos citados numa nota do Instituto Cultural.
Os especialistas do continente chinês procuram agora interpretar se o troço de muralha descoberto se trata de um segmento que pertencia ao antigo Colégio de S. Paulo ou se era parte do sistema defensivo da cidade, ou mesmo se serviria as duas vertentes de uso.
Os Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes de Macau vão em breve demolir outros dois prédios na zona das ruínas de São Paulo, que são propriedade do Executivo da região, para permitir a continuação das escavações arqueológicas.
No final dos trabalhos e em função das descobertas, o Governo vai elaborar um plano geral da área classificada como Património Mundial pela UNESCO, centrada nas ruínas de São Paulo, com o objetivo de requalificar os recursos turísticos e culturais, elevar a qualidade de vida e promover o desenvolvimento diversificado da economia daquela zona da cidade.
Após a conclusão do estudo do plano preliminar, o Executivo vai lançar o tema à consulta pública a fim de “alcançar o equilíbrio entre a defesa dos valores históricos e culturais e criar condições propícias ao desenvolvimento económico”, refere uma nota oficial.
“A zona das Ruínas de S. Paulo é o eixo central do centro histórico de Macau e também o centro da indústria cultural e do turismo, pelo que terá um papel difusor e catalítico na economia de toda a região”, defende o Executivo.
Telex da agência Lusa assinado por PNE a 31.05.2010
Postal editado ca. de 1900 pela firma O. F. Ribeiro de Hong Kong

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